O estoque é um fator que pode ser crucial no planejamento estratégico de qualquer indústria. Se o estoque é alto, consome recursos financeiros que poderiam ser aplicados em outros setores. Se é baixo, pode faltar materiais e parar os processos. Como resolver? A resposta está no método de controle de estoque.
Mas, já adiantamos que fazer gestão de estoque não se resume ao sistema de controle de entradas e saídas. Se fosse só isso, os problemas seriam resolvidos com uma planilha de controle de estoque.
É claro que para gerenciar produtos e materiais em uma empresa é preciso ter um bom sistema de controle de estoque. No entanto, o conceito de controle de estoque deve ir além da gestão de materiais.
No artigo de hoje vamos trazer um olhar mais amplo sobre qual é a função do controle de estoque, como fazer sua gestão e seus impactos no sucesso de muitos negócios. Para quem ler até o final, deixaremos algumas dicas importantes.
Mas antes, precisamos deixar claro um ponto:
Uma empresa tem estoque com o objetivo de acumular recursos para viabilizar as suas operações. Pode ser matéria prima, produtos acabados, produtos de MRO, suprimentos, etc.
Partindo desse ponto podemos entrar mais a fundo no conceito de controle de estoque.
Controle de estoque é uma atividade que vai além da organização dos materiais. Também diz respeito ao processo de aquisição, armazenamento e venda de mercadorias.
Logo, é uma etapa da cadeia de suprimentos (supply chain) que requer planejamento e informações organizadas para ser bem sucedido.
O controle de estoque tem a função de dar maior visão estratégica aos recursos da empresa. Quando o gestor sabe qual é o papel do estoque, consegue reduzir custos desnecessários e aumentar a margem de lucro, pois entende melhor as demandas e planeja a produção de maneira mais eficiente.
Mas, para isso ser possível é preciso ter informações corretas e confiáveis. Somente assim o controle de estoque trará o resultado que se espera.
Mais a frente vamos mostrar como alguns setores podem contribuir com informações valiosas para o planejamento do estoque.
Como o estoque tem um papel importante para o planejamento de muitas empresas, várias técnicas foram desenvolvidas com o passar dos anos.
Muitos setores econômicos diferentes contribuíram na formatação de alguns sistemas de controle de estoques que conhecemos hoje. E não seria por menos, afinal uma indústria do setor alimentício não vai usar a mesma estratégia de estoque de insumos que uma fábrica de cimento.
Então, vamos aos tipos de controle de estoque mais conhecidos:
O método FIFO ou PEPS é um dos mais antigos e amplamente utilizados na gestão de estoque, sobretudo para produtos perecíveis.
Ele se baseia no princípio de que os itens mais antigos são vendidos ou utilizados primeiro, evitando o envelhecimento dos produtos e a obsolescência.
Portanto, é uma abordagem que segue a ordem cronológica das entradas no estoque, garantindo que os itens mais antigos sejam os primeiros a sair.
O método LIFO ou UEPS é oposto ao FIFO, pois prioriza a venda ou utilização dos itens mais recentes no estoque. Ele assume que os itens mais recentes são os mais valiosos, uma vez que refletem os preços de mercado atuais.
Essa abordagem pode ser vantajosa para fins fiscais, pois permite o uso dos preços mais recentes como base para calcular o valor do estoque.
O método FEFO ou PVPS é amplamente utilizado em indústrias farmacêuticas, de alimentos e outras que lidam com produtos perecíveis ou com data de validade.
Ele prioriza a venda ou utilização dos itens que têm a data de vencimento mais próxima, garantindo que aqueles com prazo de validade mais curto sejam vendidos ou utilizados antes, reduzindo o risco de perdas por vencimento.
O método Just in Time (JIT) é um sistema de gestão de estoque que se baseia na produção e entrega de materiais apenas quando são necessários, evitando o acúmulo excessivo de estoque.
Ele foi desenvolvido no Japão pela Toyota nas décadas de 1950 e 1960 e é amplamente utilizado na indústria automobilística.
O JIT ajuda a reduzir os custos de estoque e melhorar a eficiência dos processos de produção.
A Curva ABC é uma técnica de classificação de itens em estoque com base em sua importância em termos de valor de estoque ou volume de vendas.
Ela divide os itens em três categorias: A, B e C.
Os itens da categoria A são considerados os mais importantes, representando a maior parte do valor do estoque ou volume de vendas, os itens da categoria B são de importância intermediária e os itens da categoria C são considerados de menor importância.
A Curva ABC auxilia na identificação dos itens mais críticos que exigem maior atenção e controle, permitindo uma gestão mais eficiente do estoque.
Um bom exemplo disso são os produtos de MRO (Manutenção, Reparo e Operações), eles podem ser classificados pela Curva ABC para que se tenha uma visão melhor de quais itens são prioritários.
O método de Custo Médio é baseado no cálculo do valor médio dos itens em estoque. Ele considera o custo médio ponderado de todos os itens. O cálculo é feito dividindo o valor total do estoque pelo número total de itens em estoque.
É uma abordagem simples e amplamente utilizada, que pode ajudar a suavizar as variações de custos de entrada de diferentes itens e fornecedores.
O método de Preço Específico atribui um preço específico a cada item do estoque, considera seu custo real de aquisição.
Diferentemente do método do Custo Médio, que utiliza uma média ponderada, o Preço Específico rastreia o valor real de cada item individualmente.
Isso permite um controle mais preciso do estoque, especialmente em casos em que os itens têm preços de compra variados.
Como dito no início deste artigo, um controle de estoque não se resume a uma planilha. Porém, sabemos que em muitas empresas ainda é comum usar planilhas de estoque em Excel para controlar as entradas e saídas de materiais.
Por esse motivo, selecionados alguns links que possuem modelos de planilhas para controle de estoque:
Planilhas de estoque básicas (Guia do Excel);
No entanto, para ter um bom controle de estoque é preciso ir além da planilha. Por isso, reunimos 9 dicas fundamentais para aprimorar o seu controle de estoque:
Realize regularmente contagens físicas e registros precisos do estoque para identificar discrepâncias entre o estoque físico e os registros contábeis.
Implemente sistemas de gestão de estoque e MRPs para agilizar o processo de controle e reduzir erros humanos. Soluções como códigos de barras, scanners e softwares específicos, vão contribuir muito para garantir um bom controle.
Defina políticas claras de reposição de estoque, considerando demanda, sazonalidade e prazos de entrega de fornecedores, para evitar falta ou excesso de produtos em estoque.
Utilize a curva ABC para categorizar os itens de estoque em função de sua importância e demanda, priorizando a gestão dos itens mais relevantes e evitando desperdícios com itens de menor relevância.
Utilize-o como base para previsão de demanda futura, auxiliando na tomada de decisões de reposição de estoque de forma mais precisa.
Tenha procedimentos bem definidos para o recebimento e expedição de mercadorias, garantindo o registro correto dos itens que entram e saem do estoque. Da mesma forma, tenha a definição de armazenagem de materiais especiais, cargas pesadas ou de alto giro.
Avalie regularmente seus fornecedores quanto à qualidade e prazos de entrega, buscando parcerias estratégicas que possam contribuir para uma gestão mais eficiente do estoque.
Seus fornecedores não podem ser escolhidos somente pelo preço.
Acompanhe indicadores de desempenho, como giro de estoque, tempo médio de reposição, taxa de ruptura, entre outros, para identificar oportunidades de melhoria e otimizar o controle de estoque.
Conforme dissemos no tópico sobre a função do controle de estoque, alguns setores podem contribuir com informações valiosas para o planejamento do estoque.
Muitos gestores sabem que a administração eficiente de estoques é essencial para o sucesso do negócio. O estoque é um fator crítico que pode ter um impacto significativo na rentabilidade, satisfação do cliente, eficiência operacional e tomada de decisões estratégicas.
Para alguns negócios o estoque é o centro nervoso das operações. A distância entre o sucesso e fracasso depende de como se faz o controle do estoque.
As empresas que obtém sucesso no controle e gestão de estoques conseguem isso por:
As perdas financeiras causadas por produtos obsoletos, vencidos, danificados ou roubados podem ser evitadas por meio de um controle de estoque eficiente. Isso permite identificar produtos em deterioração e agir rapidamente para minimizar as perdas, otimizando assim os recursos financeiros da empresa e maximizando os lucros.
Um controle de estoque eficiente permite evitar a compra excessiva de produtos, minimizar o custo de manutenção, armazenagem e reduzir a necessidade de capital de giro. Isso contribui para a eficiência operacional da empresa, resultando em uma redução nos custos operacionais e maximização dos lucros.
Uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos é fundamental para o sucesso de empresas, e o controle de estoque é uma parte crucial desse processo. Com um controle de estoque adequado, é possível otimizar a reposição de estoque, planejar a produção de acordo com a demanda e evitar gargalos na cadeia de suprimentos, resultando em maior eficiência e redução de custos.
Ferramentas de controle de estoque fornecem informações importantes para a tomada de decisões estratégicas. Através do acompanhamento do estoque, é possível identificar produtos mais lucrativos, sazonalidades, tendências de demanda, entre outros dados relevantes. Isso possibilita uma tomada de decisão mais informada e embasada, contribuindo para o sucesso do negócio.
Um controle de estoque eficiente permite uma gestão mais precisa da produção. É possível evitar a falta de matéria-prima ou o acúmulo excessivo de produtos acabados, otimizando assim o processo produtivo. Isso resulta em uma produção mais eficiente, evita atrasos na entrega de produtos e melhora a eficiência operacional.
Como dito anteriormente, a integração das informações com as áreas envolvidas no estoque tem um enorme ganho. Não só para o aprovisionamento de compras, mas também na escolha do fornecedor e no modelo de fornecimento.
Hoje em dia já vemos empresas que cedem a administração de alguns componentes em estoque para fornecedores ou distribuidores homologados.
Seria essa a próxima fronteira da supply chain?
Para finalizar este nosso artigo, queremos deixar uma contribuição para você que chegou até aqui.
Não cometa estes erros:
A gestão de estoque é uma parte crucial da administração de empresas, e a escolha do método de controle de estoque adequado pode impactar diretamente na eficiência e rentabilidade do negócio.
Os métodos de controle de estoque, como FIFO ou PEPS, LIFO ou UEPS, FEFO ou PVPS, Just in Time, Custo Médio, Curva ABC e Preço Específico, têm origens e aplicações diferentes, e é importante selecionar o mais adequado para o tipo de negócio e necessidades específicas da empresa.
A compreensão desses métodos e sua implementação correta podem auxiliar na redução de custos, na otimização do estoque e na melhoria dos resultados globais da empresa.
A ABECOM entende plenamente essas necessidades e disponibiliza aos seus clientes soluções que vão desde a manutenção baseada na condição, até parcerias estratégicas para monitoramento de ativos.
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