A Correia em V, dentro do universo das correias industriais, está entre os elementos de transmissão que mais ganharam relevância na revolução industrial. Foi desenvolvida com o objetivo de proporcionar que mais de duas polias fossem movimentadas em um mesmo sistema.
É um dos tipos de correias que proporcionam maior desempenho e performance em um sistema de transmissão de potência. Por isso vamos falar deste componente muito importante na indústria como um todo.
Estudos de fabricantes como correias Continental ContiTech e SKF, apontam que correias com qualidade comprovada podem transmitir até 40% mais potência.
Logo, percebe-se que a escolha de correias de maior qualidade pode reduzir o custo total de manutenção das máquinas em longo prazo.
Correia em V é um elemento de transmissão mecânica muito utilizado para transmitir potência (força) e movimento. Classificada como correia de transmissão, possui uma seção transversal trapezoidal ou em forma de V – e daí vem o seu nome.
A sua função é transmitir força (potência) e movimento, através do contato entre as superfícies laterais da correia e polia. Se forem do tipo correia dentada, o contato se dá pelo encaixe nas ranhuras da polia de transmissão.
As correias em V ou trapezoidais são fáceis de instalar e asseguram uma transmissão silenciosa e limpa, inclusive com a possibilidade de reduzir ou multiplicar a velocidade.
São muito utilizadas no setor automotivo para o acionamento do alternador, ventoinha, bomba de água, compressor do ar condicionado e direção assistida.
A correia em V geralmente é feita de borracha e reforçadas por cordonéis, que são fibras de polímeros usadas para aumentar sua resistência.
Estrutura básica de uma correia em V:
Também existem modelos fabricados em outros materiais, como no caso das correias de poliuretano. Destaque especial para as correias sincronizadoras de poliuretano.
As correias sincronizadoras de poliuretano (PU) podem ser do tipo termofixo ou termoplástico (com ou sem reforço). Oferecerem excelentes resultados por serem mais resistentes ao contato com óleo e graxa.
São muito utilizadas na indústria alimentícia, têxtil, em máquinas de costura, indústria de relojoaria, óticas, gráficas, cartonagens etc.
Os principais modelos de poliuretano disponíveis no mercado são:
Correias de Poliuretano Abertas
Correias de Poliuretano Fechadas (sem emenda)
Mas voltando ao nosso assunto principal sobre correias em V, vamos ver as principais vantagens e os tipos de perfil.
Dadas as vantagens das correias em V ou trapezoidal em V sobre as correias planas, elas são indicadas quando:
Além de muito utilizada no setor automotivo para o acionamento de grupos acessórios em veículos leves e comerciais, a correia em V (correia trapezoidal em v) é amplamente utilizada na indústria.
O uso mais comum nesse setor é em motores elétricos e de combustão interna. Sendo assim, encontramos facilmente uma correia trapezoidal em compressores, equipamentos agrícolas, moinhos, máquinas de transporte de carga, da indústria de mineração, papel e celulose, etc.
As correias em V são fabricadas em várias seções transversais seguindo perfis padrão da indústria, dando origem aos seguintes tipos de correias em V ou correias trapezoidais em V:
Este perfil remonta aos padrões iniciais utilizados na indústria. As correias em V fabricadas com este perfil vêm em vários tamanhos (A, B, C, D, E) e comprimentos, que são mostrados em detalhes na figura abaixo (dimensões em polegadas).
O formato do código da correia é o tamanho de sua seção transversal seguido pelo seu comprimento interno em polegadas. As correias trapezoidais clássicas cobrem uma faixa de carga de menos de 1 HP a 500 HP.
A correia em V de perfil estreito (3V, 5V, 8V) têm paredes laterais mais acentuadas do que as correias em V clássicas, como mostra a figura abaixo.
Este formato proporciona maior ação de cunha devido a uma maior superfície de contato entre a correia e a polia. Isso faz com que a correia em V com perfil estreito tenha maior capacidade de transmissão de carga, que chega a ser até 3 vezes mais que a das correias em V clássicas.
O perfil de correia em V de potência fracionada é usado em sistemas leves, de menos de 1 HP de potência, como cortadores de grama e outras máquinas de uso domiciliar.
Essas correias são identificadas com os prefixo 2L, 3L, 4L ou 5L, e seus perfis são mostrados na figura abaixo:
As correias em V de potência fracionada nunca deve substituir correias de serviço padrão, pois elas não conseguem lidar com potências superiores.
A correia em V de dupla face é mostrada na figura a seguir e tem a capacidade de dobrar reversamente. Elas são usadas em aplicações onde ambos os lados da correia precisam ser utilizados.
Alguns exemplos de aplicações dessas correias é em sistemas de transmissão de colheitadeiras e outras máquinas utilizadas na agroindústria.
Ao contrário das correias planas, que dependem exclusivamente do atrito e podem deslizar nas polias, as correias em V têm paredes laterais que se encaixam nas laterais das ranhuras da polia, proporcionando maior estabilidade.
O modo como uma correia em V se encaixa na ranhura da polia de transmissão, durante a operação sob tensão, afeta seu desempenho.
A parte A da próxima figura mostra a posição correta da correia em V assentada na ranhura da polia.
Se as paredes estiverem gastas ou se a correia estiver danificada, a correia desliza para dentro da ranhura até chegar ao fundo dela, como mostram as partes B e C.
Esse fenômeno reduz o atrito, podendo fazer com que a correia escorregue.
Uma correia em V sempre deve ser utilizada com polias em V, cujas ranhuras se encaixam no perfil das correias. No entanto, nem todas as polias são iguais e essas ranhuras têm medidas diferentes.
Então, para selecionar a polia em V correta para sua correia, você deve:
Por um lado, a correia não deve tocar o fundo da ranhura da polia; por outro, você não deve ter mais do que um terço da altura da correia para fora da polia.
As correias em V dentadas são parecidas com as correias em V comuns. A diferença é que essas têm entalhes em sua superfície interna que se alinham perpendicularmente ao seu comprimento.
Desse modo, acabam lembrando as correias sincronizadoras, como mostra a figura.
Os entalhes permitem que a correia em V dentada se dobre e flexione com mais facilidade, permitindo assim maior liberdade na disposição das polias utilizadas em transmissões com essas correias.
A correia dentada também consegue envolver polias pequenas com muito mais facilidade do que uma correia em V padrão. Isso permite sua utilização em sistemas ainda mais compactos.
Os entalhes também facilitam a dissipação de calor, o que aumenta a vida útil desse tipo de correia em relação à correia em V comum.
A seleção da correia envolve diversos fatores, como potência e rotação dos motores, e a rotação e tipo de equipamentos movidos. Quando você for selecionar a correia, os dados que você vai precisar são o seu tipo de perfil e tamanho.
Vamos mostrar como fazer a seleção da correia utilizando um exemplo. Para começar, você precisa dos seguintes dados:
No passo-a-passo a seguir, mostramos como fazer o cálculo de correia em V, com base no catálogo da SKF.
Você deve seguir estes 3 passos:
Passo 1: Selecionar o fator de serviço (Fs)
Sabendo o tipo de equipamento e seu tempo de serviço, você encontra Fs na tabela abaixo:
Utilizaremos como exemplo um fator de serviço é 1,4.
Passo 2: Calcular a potência de projeto (Pp)
Para isso basta multiplicar a potência do motor pelo fator de serviço:
Pm x Fs = 63 kW
Passo 3: Selecionar o perfil da correia em V
Selecione o perfil a partir da potência de projeto e da rotação do motor, como mostra a figura abaixo:
Neste caso, se o projeto demandar um perfil de correia em V clássico, deve-se escolher o tipo C.
Por possuir um perfil trapezoidal (formata de V), algumas pessoas se confundem na hora de medir uma correia em V. Outra fator que também causa dúvida é como medir o perímetro da correia.
A seguir veja os passos para medir uma correia em V:
Estas designações são as que você deve usar quando procurar seu distribuidor SKF ou Distribuidor Continental Correias para fazer sua compra.
As correias precisam estar devidamente tensionadas para funcionar corretamente. Ou seja, se elas estiverem pouco tensionadas, pode acontecer o escorregamento da correia. Se estiverem tensionadas demais, elas podem acabar defletindo os eixos das polias, o que leva a falhas do sistema do futuro.
Existem dois métodos principais para se verificar a tensão de uma correia:
Se ao longo deste artigo você ficou interessado em adquirir sua Correia em V, algum acessório ou ferramenta, não deixe de consultar nossos especialistas.
A Abecom é um distribuidor Continental, SKF e Megadyne para diversos modelos. Nossa empresa é especialista em soluções para as indústrias, comercializando também rolamentos, mancais, entre outros produtos.
Somos fornecedores das melhores marcas de componentes e ferramentas de manutenção industrial, prezando sempre por alta qualidade. Nossos produtos ajudam na melhoria da produtividade e redução de custos de sua empresa.
Nossa atendimento especializado e está pronto para te ajudar a encontrar as melhores soluções em transmissão para sua empresa. Se você precisa de correias em V, entre em contato conosco!
No contexto da gestão da manutenção industrial, os indicadores de desempenho dos equipamentos e das…
Falhas de lubrificação em máquinas são eventos em que os componentes mecânicos de um equipamento…
A manutenibilidade ou mantenabilidade se refere à facilidade com que um item pode ser mantido…
Para garantir a confiabilidade, segurança e eficiência operacional dos equipamentos algumas empresas adotam a manutenção…
CPMV (Custo de Manutenção sobre Valor de Reposição) é um indicador financeiro utilizado na gestão…
A análise de falhas é o processo sistemático de investigação e identificação das causas de…