Getting your Trinity Audio player ready...
|
Certamente, um dos principais desafios que muitos engenheiros e gestores de manutenção têm é a identificação e prevenção de falhas nos equipamentos e maquinários utilizados nos processos produtivos. Mas, isso pode deixar de ser um problema se utilizarem a Curva PF na manutenção industrial.
Ela é uma das principais ferramentas de análise que permitem garantir a confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos nas empresas. Sendo assim, ela é essencial para o PCM – planejamento e execução das atividades de manutenção.
Além de permitir identificar e priorizar os pontos críticos de falha em máquinas e equipamentos, direciona os esforços para onde eles são mais necessários.
Veja em nosso artigo como a Curva PF (Pontos de Falha) se destaca como uma ferramenta valiosa, capaz de otimizar as atividades da manutenção e maximizar a eficiência operacional dos equipamentos.
Saiba que é uma ferramenta analítica essencial para qualquer plano de manutenção baseado em confiabilidade.
Continue lendo este artigo e descubra como aplicar essa ferramenta na gestão de ativos, no planejamento de manutenção, análise de risco e tomada de decisão.
O que é a Curva PF?
A Curva PF (potencial failure curve) é o gráfico que mostra a curva potencial de uma falha ou o período entre uma falha potencial e funcional.
Sua metodologia de análise, que tem como principal objetivo identificar e priorizar os pontos de falha mais críticos em equipamentos, componentes ou sistemas.
Com isso, as equipes de manutenção podem realizar intervenções proativas para prevenir falhas funcionais. Certamente, isso ajuda a otimizar os recursos de manutenção e a manter a confiabilidade do equipamento.
Mas, para isso, é preciso diferenciar os dois tipos de falhas que um equipamento pode apresentar:
- Falha potencial: é o ponto em que uma mudança detectável ocorre no equipamento, indicando que uma falha pode ocorrer no futuro;
- Falha funcional: é o ponto em que o equipamento não consegue mais realizar sua função pretendida.
Compreender essa relação garante a implementação eficaz de estratégias de manutenção assertivas, bem como entender a vida útil do equipamento e os pontos de falha para ajustar os planos de manutenção e prevenir falhas.
Nesse sentido, é preciso entender o que é o intervalo PF.
Intervalo da curva PF
É o período entre a detecção de uma falha potencial (P) e a ocorrência de uma falha funcional (F) em um equipamento.
Qual a função da curva PF na manutenção?
A Curva PF desempenha um papel crucial na gestão da manutenção, já que fornece uma representação visual da saúde de um equipamento ao longo do tempo. Além disso, permite que as equipes de manutenção identifiquem falhas potenciais e planejem intervenções.
A Curva PF e a Estratégia de Manutenção
A Curva PF é uma ferramenta valiosa para planejar e programar intervenções de manutenção. De fato, ao identificar o ponto de falha potencial, as equipes de manutenção podem realizar intervenções proativas para prevenir falhas funcionais.
Isso permite minimizar as interrupções do processo produtivo e ajuda a manter a confiabilidade do equipamento.
Além disso, a manutenção de maneira proativa ajuda a reduzir o custo dos reparos e reduz o número de manutenções corretivas (que é muito mais cara).
A Relação entre Falha de Equipamento e Custo de Reparo
A relação entre a falha do equipamento e o custo de reparo é importante, pois quanto mais o equipamento falha, mais caro é para reparar, principalmente para os equipamentos mais antigos e com alta taxa de depreciação.
Essa relação depende de diversos fatores, principalmente dos seguintes:
- Gravidade da falha;
- Tipo de equipamento;
- Disponibilidade de peças de reposição.
No entanto, de forma geral, existe uma relação direta entre a ocorrência de falhas e os custos de reparo. Veja a seguir:
1.º – Os custos com reparo emergencial tendem a ser mais altos, pois é necessário mobilizar recursos rapidamente e, talvez, envolver fornecedores externos, que podem cobrar valores mais elevados por serviços urgentes;
2.º – As falhas de equipamentos podem resultar em paradas não programadas na produção, levando a perdas de eficiência e redução da produtividade, com consequente perda financeira.
3.º – A falha de um equipamento pode levar a danos secundários em outros componentes ou sistemas. Por exemplo, uma falha em rolamento pode resultar em danos adicionais ao motor, mancais ou outros elementos adjacentes.
Por isso, o planejamento das ações de manutenção com base na Curva PF, ajuda a reduzir os custos de reparo ao identificar os pontos de falha mais críticos e implementar ações preventivas antes que ocorram falhas catastróficas.
Ou seja, com base nos resultados da análise da Curva PF, podemos minimizar o risco de falhas, reduzir os custos de reparo emergencial e o impacto negativo na produção.
Quais são os pilares da Curva PF?
É importante explicar que a curva PF se baseia em uma combinação de dados históricos, análise estatística e conhecimento técnico especializado para identificar e priorizar os pontos de falha mais críticos em sistemas e equipamentos industriais.
Dessa forma, os pilares da curva PF são:
Dados Históricos
A coleta e análise de dados históricos é fundamental para a construção da Curva PF, sendo necessário ter acesso a registros precisos sobre a operação e manutenção dos equipamentos ao longo do tempo.
De fatos, esses dados podem incluir informações sobre falhas ocorridas, intervenções de manutenção corretiva e preventiva, datas de instalação e substituição de componentes, entre outros.
A partir desses registros é possível identificar padrões e tendências de falhas ao longo do tempo, fornecendo uma base sólida de informações para a análise.
Análise Estatística
A análise estatística serve para extrair insights significativos dos dados históricos, sendo que os dados podem vir de métricas ou indicadores de manutenção como o tempo médio entre falhas (MTBF).
Desse modo, as análises permitem quantificar a probabilidade de ocorrência de falhas em diferentes componentes ou sistemas, identificando aqueles que apresentam maior risco. Assim, com essas informações, é feita priorização de ações de manutenção e alocação de recursos de forma mais eficiente.
Atualmente, existem softwares e sistemas desenvolvidos especificamente para análises de dados coletados dos equipamentos. Inclusive possibilitam análises preditivas para antecipar as tendências futuras de uma falha.
Se você pensou que tudo isso tem a ver com manutenção preditiva, está corretíssimo!
Conhecimento Técnico Especializado
Além dos dados históricos e análise estatística, o conhecimento técnico especializado desempenha um papel crucial na aplicação da Curva PF.
Isso porque os engenheiros de manutenção com experiência e expertise no funcionamento dos equipamentos e sistemas são capazes de interpretar os dados e identificar os pontos de falha mais críticos com base em seu conhecimento prático.
Isso mesmo quando há software e tecnologia à disposição. Além disso, esse conhecimento permite compreender a interação entre os diferentes componentes, identificar possíveis causas de falhas e propor ações de prevenção e mitigação adequadas.
Assim, a integração desses três elementos – dados históricos, análise estatística e conhecimento técnico especializado – é o que dá robustez à Curva PF. Pois, a combinação dos dados permite uma abordagem embasada em fatos e estatísticas.
Enquanto o conhecimento técnico traz insights qualitativos que complementam as análises quantitativas. Sem dúvida, essa sinergia permite uma visão mais abrangente das falhas potenciais e auxilia na tomada de decisões estratégicas para a gestão de manutenção.
Vale ressaltar que a Curva PF não é um processo estático, mas sim contínuo. À medida que novos dados são coletados e analisados, a Curva PF é atualizada, permitindo a adaptação das estratégias de manutenção e ações preventivas conforme necessário.
Passos para adotar a metodologia da Curva PF:
Até aqui você já percebeu que para implementar a Curva PF é preciso conhecimento em análise de dados e, claro, manutenção industrial. Mas, antes de tudo isso é fundamental para obter resultados precisos e efetivos.
Veja a seguir os passos para adotar esta metodologia:
1.º – Coleta de Dados: sobre a operação e manutenção dos equipamentos. Isso inclui registros de falhas, intervenções de manutenção corretiva e preventiva, datas de instalação e substituição de componentes, entre outros. É importante abranger um período de tempo significativo.
2.º – Organização dos Dados: organização dos dados de forma sistemática para facilitar a análise, podendo usar planilhas ou sistemas de gerenciamento de manutenção (CMMS) para armazenar as informações, garantindo a integridade e a consistência dos dados.
3.º – Análise Estatística: análise estatística dos dados coletados, com técnicas, como análise de confiabilidade, análise de sobrevivência (ou sobrevida), tempo médio entre falhas (MTBF) e outras métricas relevantes.
4.º – Construção da Curva PF: construir a Curva PF, com a representação gráfica que demonstra a relação entre a probabilidade de falha e o impacto da falha em cada componente ou sistema.
5.º – Priorização de Ações: priorizar as ações de manutenção de acordo com a criticidade dos pontos de falha observados na curva PF.
Os componentes posicionados no topo da curva PF demandam uma atenção especial, sendo necessário implementar estratégias de manutenção preventiva ou preditiva para reduzir o risco de falhas e maximizar a disponibilidade operacional.
Principais vantagens da utilização da Curva PF na gestão de manutenção industrial.
Saiba que são inúmeras vantagens da utilização da Curva PF na gestão de manutenção industrial, sendo que as principais são as seguintes:
1.º – Permite identificar de forma precisa os pontos de falha mais críticos em sistemas e equipamentos industriais, reduzindo a incidência de falhas catastróficas e minimizando o tempo de inatividade não planejado;
2.º – Implementar ações preventivas específicas para mitigar os riscos, direcionando os esforços para os componentes mais propensos a falhas, evitando paradas de produção e reduzindo os custos associados a reparos emergenciais;
3.º – Contribui para aumentar a disponibilidade operacional dos equipamentos, pois reduz os tempos de inatividade não programados, garantindo a continuidade dos processos produtivos e evitando perdas de produção;
4.º – Permite a redução significativa dos custos operacionais ao evitar falhas catastróficas, além de reduzir gastos com reparos emergenciais, peças de reposição de última hora e horas extras de mão de obra;
5.º – Maior eficiência dos processos produtivos ao reduzir as interrupções não planejadas, a produtividade é maximizada e os prazos de entrega são cumpridos de forma mais consistente.
6.º – Oferece informações precisas sobre as falhas passadas e a probabilidade de ocorrência futura, permitindo que os gestores tomem decisões mais assertivas em relação à alocação de recursos, investimentos em equipamentos e planejamento de manutenção.
Portanto, a utilização da Curva PF na gestão de manutenção industrial traz benefícios significativos, contribuindo para a otimização dos processos, a redução de custos e a maximização da disponibilidade operacional.
Relação entre a Curva PF e a Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM)
A Curva PF é uma ferramenta fundamental na Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM). Isso porque a RCM é uma estratégia de manutenção que se concentra em manter a confiabilidade e funcionalidade dos equipamentos.
Ao identificar o ponto de falha potencial, a Curva PF permite que as equipes de manutenção realizem intervenções proativas para prevenir falhas funcionais, otimizando assim os recursos de manutenção.
A Evolução da Curva PF para a Curva IPF
Ao longo do uso da Curva PF, surgiu uma evolução dessa abordagem conhecida como Curva Importance Priority Factor (IPF), que vai além da análise da falha em si e considera outros aspectos relevantes para a gestão de manutenção.
A Curva IPF leva em consideração três fatores principais, que são os seguintes:
1.º – Importância (Importance)
A importância refere-se ao grau de impacto que a falha de um determinado componente ou sistema tem sobre a segurança, a produção, a qualidade do produto ou outros aspectos críticos para o funcionamento da empresa.
2.º Prioridade (Priority)
A prioridade diz respeito à urgência e ao timing das ações de manutenção a serem tomadas para evitar ou mitigar a falha, pois nem todas as falhas têm a mesma prioridade.
3.º Fator de Risco (Risk Factor)
O fator de risco leva em consideração a probabilidade de ocorrência da falha, sendo uma avaliação da possibilidade de que um componente ou sistema apresenta falhas com base em fatores como dados históricos, condição atual e outros indicadores de confiabilidade.
Assim, ao combinar esses três fatores, a Curva IPF oferece uma visão mais abrangente e estratégica para a gestão de manutenção.
De fato, permite identificar os pontos críticos que requerem ações imediatas, considerando o impacto sobre a operação, a urgência das intervenções e a probabilidade de falha.
É importante destacar que a Curva IPF não substitui a Curva PF, mas agrega mais informações e critérios para a tomada de decisões. Isso porque permite que a empresa direcione seus recursos de manutenção de forma mais precisa e eficiente.
Ao mesmo tempo em que consegue priorizar os pontos de maior impacto, urgência e risco. Além disso, a aplicação da Curva IPF requer a coleta e análise de dados relevantes, bem como a definição de indicadores de desempenho e critérios de importância e risco.
Tecnologia e a Curva PF: Rumo à Manutenção Preditiva
A tecnologia desempenha um papel crucial na detecção precoce de falhas na Curva PF. De fato, ferramentas como a análise de vibração, ultrassom e análise de óleo podem ajudar a detectar falhas mais cedo, permitindo intervenções de manutenção proativas.
Isso não só melhora a confiabilidade do equipamento, mas também reduz os custos de manutenção. Além disso, a tecnologia possibilita a coleta, armazenamento e gerenciamento eficiente de grandes volumes de dados necessários para a análise da Curva PF.
Com os algoritmos de machine learning e análise estatística sofisticada, a análise de dados da Curva PF é potencializada, com a identificação de padrões, tendências e correlações.
Assim, a Curva PF, combinada com as tecnologias digitais, permite uma abordagem mais proativa e preventiva, em que as ações de manutenção são tomadas com base na análise dos pontos de falha mais críticos e nos dados de monitoramento em tempo real.
Certamente, isso resulta em uma gestão de manutenção mais eficiente, com redução de custos, minimização do tempo de inatividade e aumento da vida útil dos equipamentos.
Importância do Monitoramento Online
Certamente, o monitoramento online é uma ferramenta importante para a detecção precoce de falhas em sistemas e equipamentos. Isso porque permite que as equipes de manutenção identifiquem problemas potenciais antes que eles se tornem falhas funcionais.
Ou seja, a partir da coleta contínua de dados operacionais em tempo real, fornece informações essenciais para identificar problemas em estágios iniciais. Com isso, possibilita uma intervenção precoce, prevenindo interrupções não planejadas.
Além disso, contribui para a implementação da manutenção preditiva, análise de causa raiz e otimização da gestão da manutenção.
Conclusão: A Curva PF x custo de manutenção.
A Curva PF não é apenas uma ferramenta de análise, mas uma estratégia essencial para a gestão eficaz da manutenção industrial. Ela permite que as empresas identifiquem, priorizem e atuem proativamente diante dos pontos críticos de falha, otimizando recursos e garantindo a confiabilidade dos equipamentos.
Ao adotar essa abordagem, as organizações não apenas previnem falhas catastróficas, mas também maximizam a eficiência operacional e reduzem custos associados a reparos emergenciais e paradas não planejadas.
Entretanto, para ter todos os benefícios da Curva PF, é essencial que ela seja implementada de forma estratégica, com base em dados precisos e análises robustas. E, como vimos, a tecnologia e o conhecimento técnico especializado são componentes cruciais nesse processo.
Se você está buscando otimizar sua gestão de manutenção e reduzir seus custos com paradas não planejadas, a Curva PF é, sem dúvida, uma abordagem a ser considerada. E lembre-se: a eficiência operacional não é apenas sobre prevenir falhas, mas sobre agir proativamente para garantir que os equipamentos operem em seu máximo potencial.
Quer reduzir seus custos de manutenção em paradas que não foram planejadas?
A ABECOM é especialista em soluções para manutenção industrial e serviços de preditiva com foco em aumentar a disponibilidade de seus equipamentos e reduzir seus custos de manutenção. Fale com um de nossos especialistas e aumente a eficiência operacional de seus equipamentos.