Uma boa gestão de manutenção deve utilizar métricas que possibilitem analisar o desempenho dos equipamentos. Aquilo que não se mede, não se gerencia. O MTBF é um dos principais indicadores de manutenção para acompanhar a disponibilidade de um equipamento.
A globalização e a forte competitividade no mercado exigem que as indústrias sejam cada vez mais eficientes. Assim, não há mais espaço para gerenciar por suposições ou palpites.
Medir, avaliar e agir com assertividade. Um gestor que não usa métricas de desempenho e não faz análise de resultados, certamente não está gerenciando. Está apenas assistindo os eventos acontecerem.
Para isso não acontecer na sua empresa, veja como utilizar o MTBF.
O que é MTBF?
MTBF (mean time between failures) é a sigla em inglês para tempo médio entre falhas. É um indicador de confiabilidade em função do tempo médio em que duas ou mais falhas ocorrem.
Pra que serve o MTBF?
Com o tempo médio entre uma falha e outra é possível definir melhor a frequência das inspeções e manutenções preventivas. Ou seja, seu planejamento e controle de manutenção (PCM) será melhor executado.
Como calcular MTBF?
Para calcular o valor MTBF basta subtrair do tempo total da máquina funcionando o tempo perdido com ela parada. Depois disso, divida pelo número de paradas realizadas.
Cálculo MTBF Fórmula
MTBF = (TD – TM) / P
TD = tempo de disponibilidade
TM = tempo de manutenção
P = número de paradas
Assim, você terá o tempo médio entre falhas de um equipamento.
Por exemplo, sua empresa tem um equipamento que trabalhou por 180h e ficou 4h parado para manutenção. Sendo duas paradas de 2h.
Seu cálculo de MTBF ficaria assim:
MTBF = (180 – 4)/2 = 88h
Isso significa que o tempo médio entre uma falha e outra é de 88 horas.
Por que é importante calcular o tempo médio entre falhas?
Todas as empresas que utilizam máquinas e equipamentos em seus processos precisam garantir seus níveis de produtividade planejados. Da mesma forma, não querem que seus custos de manutenção aumentem pelas excessivas trocas de peças ou quebra de componentes.
Os gestores de manutenção sabem que a prevenção é a melhor forma de evitar prejuízos, pois na maioria das vezes as manutenções corretivas, além de custar mais caro, ocorrem por conta de quebras ou falhas inesperadas.
Por esse motivo é importante calcular o tempo médio entre falhas dos componentes ou sistemas estratégicos.
Outro exemplo de aplicação é na área de TI. Isso mesmo, você pode usar o MTBF no cálculo da disponibilidade de servidores.
Exemplo 2: Em um período de 24h um servidor teve três paradas.
P1 = 15min, P2= 30min e P3= 2h;
Coloque todos os parâmetros na mesma base de horas, subtraia do período de análise e divida o resultado pelo número de paradas. Sua fórmula deve ficar assim:
24 – (0,25 + 0,5 +2) = 24 – 2,75 = 21,25/3 = 7,08
Repare que esse número é baixo para um servidor. Isso pode ser um indicativo de um problema grave nesse equipamento. Certamente vai impactar nos processos que dependem dele, até mesmo a produtividade da empresa.
Então, quanto maior o MTBF é melhor?
Sim, isso indica que os equipamentos demoram mais para falharem. Em outras palavras, sua manutenção alcançou uma frequência maior de disponibilidade de máquina.
Mas cuidado com um ponto importante. O objetivo do MTBF é medir a confiabilidade de um equipamento ou sistema. O objetivo é um tempo médio maior sem apresentar falhas.
Um MTBF baixo nem sempre vai sinalizar um problema no equipamento em si. Também pode sinalizar, por exemplo, lentidão no suporte/manutenção ou até mesmo um reparo mal feito. Ou seja, a intervenção humana e eficiência das ações refletem no resultado.
O que fazer para medir a eficiência da equipe de manutenção/suporte durante o reparo?
Utilize o indicador MTTR (mean time to repair).
MTTR foca no reparo em si. É o indicador que vai mostrar o quanto rápido foi o serviço. Ou seja, o tempo do reparo.
MTBF e MTTR
O MTBF e o MTTR são indicadores de manutenção que permitem mensurar os dados da disponibilidade de um equipamento com bastante eficiência. Como resultado, se tem melhores informações para tomar decisões.
Eles ajudam os gestores de uma empresa entenderem de fato seus processos de manutenção. Dessa forma, podem melhorar o planejamento e saber quais equipamentos precisam de manutenções preventivas.
Indicador na manutenção preventiva
O objetivo da manutenção preventiva é reduzir ou eliminar as possibilidades de falhas. Além disso, assegurar altos índices de disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos da empresa.
Dentre os critérios para se realizar este tipo de manutenção estão:
- Intervalo de tempo para manutenção: a periodicidade para a verificação das peças e componentes, bem como o desempenho do equipamento.
- Horas de atividade da máquina: a quantidade de horas que um determinado equipamento pode funcionar antes de ocorrer uma falha.
Logo, pode-se ver que o MTBF é um indicador importante para a elaboração de um plano de manutenção preventiva.
Uso de KPIs e indicadores na manutenção industrial
O conceito de utilizar indicadores como modelo de gerenciamento de desempenho é algo relativamente novo. Surgiu em meados dos anos 90 quando as empresas começaram a se preocupar mais com a qualidade da sua produtividade.
Assim, passaram a ter uma visão mais estratégica de que a eficiência deveria ser mensurada e os resultados serem analisados.
Indústrias de modo geral, dependem de máquinas para produzirem. Nesse sentido, máquina parada é sinônimo de produção parada. Por isso, passaram a adotar indicadores de desempenho para monitorar a disponibilidade dos equipamentos.
O setor responsável por garantir que isso aconteça é o setor de manutenção. Portanto, o uso de indicadores de manutenção industrial é imprescindível como ferramenta de análise.
Podemos considerar que o indicador ou KPI é o meio pelo qual o gestor pode comprovar o desempenho e eficácia das suas estratégias. Pois, tem como base os dados reais e mensuráveis, não meros palpites.
Então, se você é um gestor de manutenção, você deve mensurar os seus resultados com métricas relevantes ao desempenho para a empresa.