Compras e Manutenção

Melhore o planejamento de estoque com técnicas de manutenção preditiva e prescritiva.

Um bom planejamento de estoque deve garantir os níveis certos de quantidade e, ao mesmo tempo, que o custo de peças sobressalentes não seja alto. Mas como fazer isso de maneira eficiente para itens de manutenção de equipamentos?

A pressão por redução de custos é crescente nas indústrias brasileiras. E a alternativa mais comum é diminuir o volume de compras.

Contudo, existem processos que precisam de estoques dos mais diversos tipos: componentes, produtos acabados ou semiacabados, insumos para o processo produtivo, entre outros.

São os itens de MRO – Manutenção, Reparo e Operações, e necessitam de uma atenção especial devido à sua complexidade e particularidade para manutenção de máquinas que não podem parar.

Por esse motivo, muitos gestores decidem comprar quantidades que lhes assegurem que a manutenção não vai ficar sem os principais componentes. Porém, isso eleva o custo dos estoques e, metaforicamente, faz a empresa ficar com o “dinheiro parado”.

Mas será que essa é a melhor alternativa? Certamente não.

O que fazer então?

Planejamento de estoque com base em dados

Na era da indústria 4.0 e com a tecnologia disponível, toda empresa pode planejar melhor os níveis de estoque. Não há motivos para comprar componentes sem saber quando serão utilizados.

Sobretudo na área de manutenção industrial, existem modelos e técnicas que permitem as empresas provisionar com precisão, em quantidade e tempo, a necessidade de um determinado componente.

Por isso, vamos apresentar dois métodos de manutenção que vão te auxiliar a planejar com eficiência as compras para estoque na sua empresa.

Eles usam a inteligência da manutenção centrada na confiabilidade dos equipamentos para determinar quando e qual componente deve estar em maior ou menor quantidade em estoque.

Vamos conferir?

Planejamento de estoque com técnicas de manutenção preditiva

A manutenção preditiva já é rotina em muitas empresas que trabalham com equipamentos que não podem parar.

Este tipo de manutenção permite ter previsibilidade da falha de um ativo com muitos dias de antecedência. E isso permite um planejamento de parada que minimiza os custos e impactos para a produção.

Contudo, ela também permite usar as informações de monitoramento dos ativos para fazer o planejamento de estoque. Principalmente para itens críticos ou estratégicos (itens de MRO).

Os dados de vida útil em função das condições de trabalho são informações valiosas para o gestor de manutenção provisionar as necessidades peças sobressalentes.

Componentes como rolamentos, por exemplo, podem ser monitorados por diferentes parâmetros: vibração, temperatura, rotação e condições de lubrificação.

Assim, é possível até determinar o consumo de lubrificante e saber a quantidade necessária para manter em estoque.

Então, são informações que permitem melhorar as manutenções preventivas?

De certo modo sim. Mas, existe uma diferença aqui que impacta diretamente no custo do estoque.

Planejar estoque com base em manutenção preventiva ou preditiva?

Quando o setor de manutenção de uma empresa decide montar o seu planejamento de estoque usando somente a manutenção preventiva, o custo ainda pode ser alto.

Isso ocorre porque a previsibilidade da vida útil de um componente é feita com base em dados do fabricante. Ou seja, não considera as reais condições que a peça enfrenta naquele equipamento.

E isso traz duas consequências diretas:

  • Pode faltar peça no estoque porque a peça durou menos do que havia previsto;
  • Como consequência, aumento dos níveis de estoque desse componente por não saber quando de fato vai precisar trocar;

Repare que não há pontualidade nem confiabilidade, apenas a decisão de “previsão” de troca após passar determinadas horas de trabalho.

Um bom exemplo disso são as correias dentadas em nossos carros. Quando atingem a quilometragem indicada pelo fabricante, trocamos. Mas se houvesse um sensor no carro medindo as condições da correia, poderíamos trocá-la em função da sua real situação.

Estaríamos, portanto, usando a manutenção preditiva para decidir o momento certo de intervir.

Mas quando se trata de equipamentos industriais, existe um fator que também devemos considerar para planejar um estoque.

O que será feito para a falha não ser repetitiva e obrigar altos níveis de estoque de um componente?

Aí entra a manutenção prescritiva.

Reduzindo estoques com a manutenção prescritiva

A manutenção prescritiva nada mais é do que usar dados de análises para realizar um plano ação pós identificação de uma falha e sua causa raiz.

Assim é possível elaborar planos de ação para a correção do problema.

Considere a seguinte situação: sua empresa compra todos os meses os mesmos componentes para estoque. Por exemplo, rolamentos e correias em V.

Um gestor atento vai se questionar: Por que esses componentes quebram tanto?

Após um levantamento das ordens de serviço, descobre que a causa raiz é o aumento da velocidade de trabalho da máquina. A produção aumentou o ritmo além da capacidade de certos componentes.

Por meio de técnicas preditivas foi possível identificar que os rolamentos falham por falta de lubrificação e, consequentemente, superaquecimento.

Em consequência disso as correias também quebram, pois o eixo trava e bloqueia a polia.

Neste caso, a solução do problema vem da análise prescritiva. Nela o setor de manutenção identifica que deve trocar o tipo de graxa e instalar um lubrificador automático.

Assim vai garantir os níveis certos de lubrificante no rolamento para a temperatura de trabalho.

Como resultado, a empresa diminui o volume de compras destes componentes e melhorar o planejamento de estoque.

A importância do planejamento de estoque nas finanças da empresa

Podemos definir estoque como recursos ociosos com valor econômico para suprir necessidades futuras de material, em uma empresa ou organização. Ou seja, são itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para a realização das atividades e consequentemente, produzir lucros e serviços.

Estocar ou não um determinado item depende muito de sua particularidade, complexidade ou facilidade de aquisição.

E quando não há gestão na manutenção de equipamentos, as falhas e quebras de componentes provocam um efeito de excesso de peças em estoque. Assim a manutenção fica “coberta” e não corre o risco de parar o equipamento por falta de um componente.

Porém, isso absorve um capital que poderia ser investido de outras maneiras na própria empresa. Por exemplo, pode desviar fundos que seriam aplicados em projetos de melhorias.

Por isso, muitos gestores defendem aumentar a rotatividade do estoque para liberar ativos e economizar no custo de manutenção do inventário.

Isso só é possível com um bom planejamento de estoque, de tal forma que não se tenha material em excesso e nem em falta.

Considerações finais

A partir do momento que se implementa a manutenção preditiva e prescritiva, a previsibilidade de falha de um componente mecânico é muito mais assertiva. Logo, são possíveis ações de melhorias que produzem maior confiabilidade na vida útil dos componentes.

Sem elas seria necessário ter estoques altos por não se ter informações necessárias e nem confiabilidade de quanto tempo este ou aquele equipamento ira conseguir trabalhar sem falhas.

Com a implantação dessas duas técnicas, o planejamento das necessidades de peças é mais assertivo. Não é necessário ter estoques altos e expressivos dentro da indústria, pois pode-se muito bem trabalhar com o estoque do fornecedor para os itens de maior giro. Dessa forma, a empresa fica apenas com o estoque dos itens estratégicos e especiais.

Entretanto, deve-se ter um fornecedor confiável e parceiro para garantir que tudo isso funcione bem. O processo de solicitação de algum material deve ter apenas o impacto de lead time de entrega que pode ser muito bem alinhado com esse fornecedor.

Aqui na ABECOM os contratos de fornecimento possuem alto índice de atendimento aos prazos. Sobretudo porque temos o maior estoque de rolamentos da América Latina e processos de liberação/expedição ágeis. Usamos conceitos e práticas de Supply Chain 4.0 em muitos contratos de fornecimento.

Por isso somos eleita com 11 anos consecutivos a melhor distribuidora autorizada SKF.

Fale com um de nossos especialistas e saiba mais sobre nossas soluções para contrato de fornecimento.

 

Emerson Moreira Niza

Gerente de Key Accounts e Produtos ABECOM.

Bruno Luciano - Abecom

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