Repotencialização é o processo de restauração e aprimoramento das características funcionais de componentes, como rolamentos, equipamentos industriais ou sistemas, visando prolongar sua vida útil, melhorar seu desempenho e reduzir custos operacionais e ambientais. O processo inclui avaliação, reparo e recondicionamento, sendo amplamente utilizado em setores industriais como energia, papel e celulose, e manufatura.
É bem verdade que a competitividade e a globalização obrigam as empresas serem mais eficientes. Além disso, exigem menores custos operacionais.
Nesse sentido, a manutenção é um dos setores que atuam fortemente para alcançar esse objetivo. Ela deve trabalhar para prolongar o ciclo de vida dos componentes e reduzir a aquisição de novas peças.
Logo, a repotencialização de rolamentos traz benefícios econômicos diretos. Além disso, permite que as empresas contribuam com a sustentabilidade ambiental, pois reduz o descarte de peças desgastadas.
Mas, do que se trata? Porque realizar o serviço de recuperação de rolamentos? Mostraremos isso nesse artigo.
Você verá o que é, quando fazer e quais as vantagens desse serviço. Então, verá como ele permite melhorar a eficiência energética em seu equipamento.
Vamos conferir?
O que é repotencialização de rolamentos?
Repotencialização de rolamentos é o processo de avaliação, limpeza, reparo e recondicionamento de rolamentos usados para restaurar seu desempenho original, prolongar sua vida útil e reduzir custos operacionais.
Essa técnica é utilizada para evitar substituições desnecessárias, promovendo economia e sustentabilidade, especialmente em indústrias de energia, papel e celulose, mineração e manufatura.
Empresas que adotam a manutenção preditiva se beneficiam ainda mais da recuperação dos rolamentos, pois além de aumentar sua vida útil e economizar na compra de rolamentos novos, esse serviço ainda permite reduzir o número de paradas corretivas nos equipamentos industriais.
Porém, nem todos os rolamentos podem ser repotencializados. A viabilidade do processo depende do estado de conservação do rolamento e de sua gravidade de desgaste ou dano.
Desse modo, algumas condições podem inviabilizar o processo, enquanto outras tornam a recuperação uma solução excelente.
Critérios para recuperação funcional de rolamentos
Condições que permitem a restauração de rolamentos
- Desgaste superficial leve ou moderado: casos em que o rolamento apresenta sinais de uso normal, como marcas leves ou pequenas alterações nas superfícies de contato.
- Danos reversíveis: arranhões ou corrosão superficial que possam ser removidos por polimento ou tratamentos de reparo.
- Manutenção preventiva: quando o rolamento ainda não apresenta falhas severas, mas está próximo do limite de vida útil.
Condições que inviabilizam a recuperação de rolamentos industriais
- Desgaste severo ou dano crítico: rachaduras, deformações permanentes, desgastes profundos nas pistas ou corpos rolantes (esferas, rolos, etc.).
- Falhas internas graves: como aquecimento excessivo que alterou a estrutura do material (microfissuras ou falha estrutural).
- Contaminação extrema: presença de sujeira, partículas metálicas ou outros contaminantes em nível irreparável.
- Danos por lubrificação inadequada: quando o rolamento trabalhou por longos períodos sem lubrificação ou com lubrificante inadequado, causando danos irreversíveis.
Fatores importantes na avaliação do rolamento
Antes da repotencialização, o rolamento passa por inspeção para determinar se é viável reparar. Isso inclui análise visual e medições precisas. O rolamento deve estar dentro de limites dimensionais aceitáveis para garantir desempenho após o processo.
Em alguns casos, a substituição do rolamento pode ser mais econômica do que o serviço de recuperação. Por exemplo:
Rolamentos de pequeno porte ou baixa complexidade: Muitas vezes, não são repotencializados porque o custo do processo pode superar o preço de um novo.
Rolamentos de altíssima precisão: Componentes de máquinas muito sensíveis podem demandar substituição por questões de garantia e segurança.
Serviços de repotencialização de rolamento
Os serviços de repotencialização de rolamentos seguem uma sequência de etapas técnicas que visam restaurar o componente à sua condição funcional ideal. Abaixo estão os procedimentos mais comuns realizados durante a recuperação funcional de rolamentos:
1. Inspeção inicial
- Objetivo: Avaliar as condições gerais do rolamento e determinar sua viabilidade para repotencialização.
- Técnicas utilizadas:
- Inspeção visual para identificar desgastes, corrosão, rachaduras ou outros danos aparentes.
- Medições dimensionais para verificar tolerâncias e desgastes.
- Análise de falhas, quando aplicável, para determinar a causa dos danos.
2. Limpeza
- Objetivo: Remover resíduos, sujeira, lubrificantes antigos, contaminantes e partículas metálicas acumuladas no rolamento.
- Técnicas utilizadas:
- Lavagem com solventes especializados para dissolver graxa e óleos antigos.
- Limpeza ultrassônica para eliminar partículas pequenas em áreas de difícil acesso.
- Jatos de ar comprimido para secagem e remoção de resíduos.
3. Inspeção detalhada (pós-limpeza)
- Após a limpeza, o rolamento é reavaliado com maior precisão para identificar:
- Danos nas pistas de rolagem.
- Corpos rolantes (esferas ou rolos) com desgastes ou deformações.
- Qualquer dano estrutural que não era visível antes.
4. Reparo ou substituição de componentes danificados
- Objetivo: Restaurar ou substituir partes danificadas do rolamento.
- Exemplos de reparos:
- Polimento das pistas de rolagem: Para remover arranhões ou corrosão superficial.
- Recondicionamento dos corpos rolantes: Substituição de esferas ou rolos com desgastes severos.
- Reparação ou troca da gaiola: Em casos de deformações ou trincas na gaiola que sustenta os corpos rolantes.
- Tratamento térmico: Quando necessário, para corrigir alterações estruturais ou reforçar a dureza do material.
5. Lubrificação
- Objetivo: Aplicar um lubrificante adequado para o tipo de rolamento e seu ambiente operacional.
- Etapas:
- Escolha do lubrificante correto (graxa ou óleo) baseado nas especificações do equipamento.
- Aplicação da quantidade adequada para evitar desgaste prematuro.
6. Montagem e testes finais
- Objetivo: Garantir que o rolamento está funcional e atende às tolerâncias de desempenho.
- Procedimentos:
- Montagem final das peças do rolamento.
- Testes de rotação e vibração para verificar:
- Suavidade no movimento.
- Ausência de ruídos anormais.
- Precisão no desempenho.
- Inspeção dimensional final para validar as especificações.
7. Embalagem e documentação
- Objetivo: Preparar o rolamento para transporte ou armazenamento seguro.
- Etapas:
- Embalagem protegida contra umidade e contaminantes.
- Documentação técnica sobre o processo de repotencialização, garantindo rastreabilidade e qualidade.
8. Monitoramento (pós-repotencialização)
- Recomendação: Após o rolamento ser reinstalado, é importante monitorá-lo com:
- Análise de vibração.
- Inspeções periódicas de desgaste.
- Controle de lubrificação.
Esses passos garantem que o rolamento recupere sua funcionalidade original com segurança e eficiência. Além de restaurar o desempenho do rolamento, o serviço de repotencialização também contribui para economia de custos e sustentabilidade industrial.
Como é feita a repotencialização dos rolamentos SKF?
1. Desmontagem e limpeza
Em primeiro lugar, os rolamentos SKF que vão para a repotencialização devem apresentar desgastes superficiais.
As principais causas são: contaminação, abrasão, corrosão ou por terem lubrificantes que já perderam suas propriedades.
Sabe-se que rolamentos passam por ciclos repetidos de tensão e podem estar à beira da fadiga.
Então, o rolamento é desmontado para limpeza. Parte dela é feita com pano ou pincel. Outra parte é feita com produtos químicos, como desengraxantes.
2. Avaliação para recondicionamento
Nem todos os rolamentos estão em condições de reparos. Em outras palavras, é preciso avaliar antes do recondicionamento.
Se a falha em um rolamento for catastrófica, por exemplo, a peça não terá condições de ser reparada.
Nesta avaliação ocorre também a verificação das pistas. Além disso, verifica-se seu nivelamento e o formato da circunferência.
Depois disso, o técnico determina se o rolamento SKF será recondicionamento.
As peças do rolamento são separadas por tipo e severidade de avaria. Depois disso, seguem para a próxima fase.
3. Reparo de rolamentos
Esta é a parte principal do processo. Aqui, os defeitos dos rolamentos são corrigidos. Ela é feita em níveis diferentes. Depende da severidade dos problemas identificados na fase de avaliação.
O nível mais básico de reparo consiste em desmontagem, limpeza, polimento e sua remontagem.
Os casos em que os danos aos rolamentos são maiores, o procedimento é mais complexo. Ele é feito da seguinte maneira:
Etapas da recuperação de rolamentos
- As pistas do rolamento são retificadas para remover material e ajustá-las quanto à sua forma interna. O processo deve desbastar os anéis interiores e exteriores. Para que os danos superficiais sejam removidos.
- As demais superfícies do rolamento devem ser polidas, sem remoção de material.
- Novas esferas ou rolos são colocadas em seguida para se obter a folga interna original. Visto que a pista fica um pouco mais espaçosa com a retífica.
- Se necessário, os encaixes da gaiola são usinados para coincidir com as alterações de tamanho da esfera ou do rolo.
Retífica de pista de rolamento cônico.
4. Inspeção final e remontagem
Todas as peças do rolamento passam por uma inspeção final. Ela atesta os padrões mínimos para rolamentos recuperados.
O rolamento recuperado fica idêntico em geometria, tolerâncias e capacidade de carga do rolamento original.
Folgas internas, arredondamento e conicidade são calibrados para precisão.
Quando é indicado realizar a recuperação de rolamentos SKF?
Antes de tudo, qualquer processo de reparo de rolamentos deve reconhecer os problemas potenciais. Isso se dá através de monitoramento e inspeção regulares. Ou seja, realizar manutenções preditivas.
Esse controle é fundamental para saber quando reutilizar um rolamento.
Dessa forma, os principais indícios de que um rolamento SKF deve ser reparado são:
- O rolamento está próximo da sua expectativa de vida sugerida;
- As temperaturas operacionais excederam 95ºC;
- Exposição à vibração;
- Mudanças repentinas na lubrificação do rolamento e na temperatura;
- Barulho excessivo durante a operação do equipamento;
- Perda de integridade da vedação do rolamento.
Quais rolamentos são candidatos ao serviço de reparo?
Muitos tipos de rolamentos são candidatos à repotencialização. Veja abaixo a lista dos tipos mais indicados para a recuperação:
Rolamentos de suporte
Estes rolamentos apresentam anéis externos de grande espessura. Seus elementos rolantes são os rolos cilíndricos.
A repotencialização de rolamentos de suporte inclui a usinagem da seção radial para refazer o perfil interno do rolamento.
Rolamentos para fundição
Estes rolamentos são usados no transporte de materiais produzidos por lingotamento contínuo.
O serviço de repotencialização nestes rolamentos depende da aplicação no cliente. Também do tipo de elemento rolante usado na fundição, que pode ser:
- Autocompensador de rolos;
- Rolo toroidal CARB;
- Rolo cilíndrico.
Rolamentos grandes
Rolamentos com grandes diâmetros são indicados para a repotencialização. Sobretudo porque o retorno do investimento na recuperação de rolamentos é maior quando a peça é maior.
Os rolamentos grandes candidatos à repotencialização são vários, e inclui:
- Autocompensadores de rolos radiais e axiais;
- De rolos toroidais CARB;
- De uma ou várias carreiras de rolos cilíndricos e cônicos;
- Rolamentos Rígidos de esferas.
Coroas de orientação
As coroas de orientação (também conhecidas como rolamentos de giro) são rolamentos de grande porte construídos de maneira personalizada.
Como resultado, é comum que a repotencialização destes rolamentos aconteça em seu local de uso.
Apesar do projeto personalizado, as técnicas de avaliação e os procedimentos de reparo destes rolamentos são similares aos rolamentos fabricados em larga escala.
Repotencialização em Caixas de mancal
A repotencialização de caixas de mancal também é possível. Os reparos nestas caixas vão de uma leve remoção de pontos de corrosão até a reconstrução de alguma parte com dano mais sério.
Uma caixa de mancal nova é relativamente cara. Portanto, a repotencialização compensa do ponto de vista econômico.
Quais as vantagens de fazer o serviço de repotencialização de rolamentos?
As vantagens para o cliente que opta pela repotencialização de seus rolamentos são:
- Vida útil mais longa após a correção de defeitos do rolamento;
- Diminuição dos períodos de inatividade, devido à rapidez com que este processo é feito;
- Trabalho mínimo de montagem, visto que os rolamentos são devolvidos em condições de montagem;
- Custos de manutenção reduzidos, devido à manutenção preventiva;
- Economia com a compra de um novo rolamento, que chega a 70%;
- Redução de estoque, pois o serviço de recuperação diminui a necessidade de manter rolamentos sobressalentes em estoque.
Sustentabilidade e contribuição ambiental da repotencialização de rolamentos
A decisão a favor do recondicionamento de rolamentos permite que as empresas deem uma contribuição considerável e contínua para o meio ambiente.
Sendo assim, os benefícios ambientais da repotencialização de rolamentos são:
- Redução do consumo de energia gasto na produção de rolamentos novos;
- Diminuição da quantidade de matérias-primas usadas na fabricação de novos rolamentos;
- Eliminação de resíduos produzidos pelo descarte de rolamentos.
Abecom, líder em soluções para manutenção industrial
Mais que uma distribuidora de rolamentos e componentes para sua empresa, a ABECOM é uma empresa de soluções para a manutenção industrial.
Assim, auxiliamos nossos clientes na melhoria da produtividade, reduzimos custos de manutenção, otimizamos projetos de transmissão, reduzimos o tempo de espera de produtos nas paradas e itens em estoque.
Além disso, maximizamos a vida útil dos produtos fornecidos.
Este é o modelo da Abecom. Fornecer produtos de alta qualidade integrado com serviços de preditiva que reduzem globalmente os custos através de inovação e engenharia de aplicação.
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