Todos os equipamentos e componentes mecânicos têm vida útil pré-estipulada pelos fabricantes. Para um sistema de transmissão rotativo atingir sua performance e seu objetivo, deve-se saber a hora de trocar o rolamento.
Você sabe identificar qual o momento de se fazer isso?
Neste artigo vamos apresentar os principais sintomas que os rolamentos apresentam quando está na hora de se fazer a troca.
Além disso, vamos mostrar também o cálculo para determinar a vida útil e as varáveis que interferem no desempenho do rolamento.
Vamos conferir?
Quando se fala em equipamentos rotativos, um dos principais componentes é o rolamento. Ele tem a sua vida útil pré-estabelecida pelo fabricante.
No entanto, existem diversas variáveis que reduzem a vida útil do rolamento e devem ser observadas.
São elas:
Para determinar a hora de trocar o rolamento, antes de tudo, deve-se saber a sua vida útil. Para isso você pode usar as fórmulas abaixo.
Existem duas formas de se calcular a vida útil do rolamento para determinar a hora da troca.
A primeira é por revoluções. Conforme o catálogo SKF é definida pela fórmula:
A segunda é para quando a velocidade for constante. Assim, a vida útil poderá ser expressa em horas de funcionamento, com a fórmula:
Em ambas, tem-se que:
Lnm | vida nominal SKF (com 100 – n1) % de confiabilidade) [milhões de revoluções] |
Lnmh | vida nominal SKF (com 100 – n1) % de confiabilidade) [horas de operação] |
L10 | vida nominal básica (com 90% de confiabilidade) [milhões de revoluções] |
a1 | fator de ajuste de vida para confiabilidade (valores conforme a norma ISO 281) |
aSKF | fator de modificação de vida |
C | classificação de carga dinâmica básica [kN] |
P | carga dinâmica equivalente do rolamento [kN] |
n | velocidade de rotação [rpm] |
p | expoente da equação de vida = 3 para rolamentos de esferas = 10/3 para rolamentos de rolos |
Entretanto, as variáveis acima são fatores que influenciam na diminuição da vida calculada do rolamento, por esse motivo, cálculo é realizado com 90% de confiabilidade.
Como dito anteriormente, os rolamentos têm vida útil definida pelo fabricante. Quando se atinge a hora planejada, é necessário efetuar a sua troca para que o equipamento não pare.
Um bom exemplo é o rolamento automotivo que possui a sua vida útil em quilômetros rodados pelo veículo.
No entanto, em rolamentos industriais, as condições de trabalho e tipo de aplicação, podem fazer a troca acontecer antes do previsto.
Nesse caso, a experiência do mecânico é importante para identificar os sinais que os rolamentos apresentam quando vão falhar.
Os principais sintomas que demonstram a hora de trocar um rolamento, são:
Nas indústrias, outra forma é através de históricos com a manutenção planejada.
Assim, quando se atinge a hora planejada de trocar o rolamento, simplesmente se programa uma intervenção e faz a troca. Independente das condições que o rolamento está.
Porém, isso pode aumentar os custos da empresa porque acaba trocando um rolamento que ainda poderia trabalhar mais um pouco.
A maneira mais eficiente de garantir que a troca ocorra no momento certo, ou seja, evitar manutenções corretivas emergenciais e não programadas, ou trocas desnecessárias, é com o monitoramento da condição do rolamento. Pois, é mais econômica.
Como isso é feito? Através da manutenção preditiva.
Esse método de manutenção industrial permite identificar o início de uma falha no rolamento.
Ou seja, se bem aplicada, a manutenção preditiva permite identificar os sintomas na fase inicial. E, dessa forma, não comprometer a integridade dos equipamentos.
Mas para isso, faz-se uso de técnicas de análises como:
Como dito, para saber a hora certa de trocar o rolamento é importante conhecer as variáveis que afetam sua vida útil.
Fique de olho e monitore principalmente na carga que o rolamento recebe e o nível de contaminação que ele está exposto.
Algumas situações de anomalias que podem ocorrer durante o processo, podem estar relacionadas a uma falha de lubrificação. Além disso, se não for utilizado o método de montagem adequado, o rolamento pode trabalhar em condições desfavoráveis. Por exemplo, com muita folga ou muito aperto.
Por isso lembre-se, estas variáveis interferem da durabilidade e desempenho do rolamento.
Nem sempre estão ligadas diretamente à qualidade do produto e sim, à sua aplicação.
Uma vez identificada que a troca é necessária, deve-se tomar certos cuidados. Rolamentos são sensíveis ao calor e umidade. Por isso duas recomendações importantes:
Depois disso, vamos à terceira dica. Na hora de trocar o rolamento não dê pancadas com martelos ou marretas. Isso pode danificar o eixo ou a caixa de mancal. Se isso ocorrer, além de trocar o rolamento, você também tera de trocar esses componentes.
Sobretudo o mancal que é muito importante para a vida útil do rolamento.
Também evite o uso de chaves de fenda, ponteiras, talhas e gambiarras. Para desmontar da maneira correta e rápida, use o saca rolamento. Ele não vai danificar os componentes ou acessórios do conjunto.
Nossa quarta dica é: não utilize a mesma graxa retirada do rolamento trocado. Ela estará contaminada. Aplique uma graxa nova com a mesma especificação. Pois, também não é recomendável misturar graxas diferentes.
Por isso, você deve limpar e desengraxar o sistema antes de colocar a graxa nova.
A quinta dica é com a escolha do novo rolamento. Não compre rolamento pelo preço. Compre de um distribuidor autorizado. Assim você terá cobertura de garantia e suporte técnico especializado. Além disso, não corre o risco de acabar comprando um rolamento falsificado.
Elaborado por: Eng° Emerson Moreira Niza
Gerente de Key Accounts e Produtos.
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