Os retrabalhos de manutenção são um dos desafios para que os equipamentos retornem plenamente funcionais ao processo produtivo. Eles impactam em diversos indicadores de manutenção e também do processo produtivo como um todo.
Sua empresa sofre com retrabalho na manutenção industrial? Então, este artigo vai te ajudar a solucionar isso.
Hoje, nosso CEO Rogério Rodrigues vai falar um pouco sobre este tema e mostrar o que fazer para ter uma boa gestão na manutenção dos seus equipamentos.
Primeiro vamos definir o conceito de retrabalho.
Podemos definir o retrabalho de manutenção como a necessidade de realizar uma segunda ação de correção ou ajuste em um equipamento, ou sistema, após uma intervenção inicial de reparo ou manutenção.
As causas de um retrabalho podem ocorrer por diversos fatores (nem sempre a causa é na manutenção), e quando acontecem têm impactos significativos.
Se não forem controlados e gerenciados adequadamente, os retrabalhos podem trazer consequências diretas para as empresas.
A taxa de retrabalho na manutenção representa o índice de atividades ou reparos que precisam ser refeitos devido a falhas, problemas de execução ou qualidade inferior à exigida. Essa métrica é um indicador de manutenção essencial, pois revela o percentual de intervenções que não tiveram sucesso na primeira tentativa e precisaram ser corrigidas.
No contexto industrial, os retrabalhos de manutenção afetam diretamente os custos operacionais e o tempo de disponibilidade dos equipamentos. Cada intervenção adicional implica em mais horas de trabalho, gasto com materiais e, em muitos casos, interrupções não programadas na produção.
O índice de retrabalho é um indicador importante na gestão da manutenção de qualquer empresa. Ele reflete as horas trabalhadas em ordens de serviço reabertas em relação ao total de horas trabalhadas.
A fórmula para calcular o índice de retrabalho é:
Retrabalho = (horas de ordens de serviços reabertas / total de horas trabalhadas) x 100
O que se espera nesse KPI é que ele seja o mais próximo de ZERO.
Exemplos de taxa de retrabalho em manutenção:
Imagine que em um mês, sua equipe de manutenção realizou 200 trabalhos no total. Destes, 10 precisaram ser refeitos devido a problemas na execução inicial.
Aplicando a fórmula:
Taxa de Retrabalho = (10 / 200) x 100 = 5%
A frequência ideal para medir a taxa de retrabalho depende muito da criticidade dos equipamentos, controle efetivo sobre a qualidade dos reparos em equipamentos e o quanto os gestores de manutenção são cobrados pela disponibilidade dos equipamentos.
Mesmo assim, nossos especialistas dão algumas dicas sobre a frequência recomendada:
Lembre-se, o objetivo não é apenas coletar dados, mas usá-los para implementar melhorias contínuas. Estabeleça metas realistas para redução da taxa de retrabalho e use essas medições regulares para guiar suas estratégias de aprimoramento no reparo e manutenção.
Quando o índice de retrabalho na manutenção é alto, a empresa terá custos adicionais devido à necessidade de refazer os serviços que, em teoria, deveriam ter sido concluídos corretamente na primeira execução.
Esses custos não se limitam apenas aos recursos financeiros, mas também impactam o tempo, a produtividade da equipe e a disponibilidade dos equipamentos.
Veja como a taxa de retrabalho em manutenção industrial pode ser um problema:
Impacto na Produtividade
A necessidade de refazer serviços consome o tempo da equipe, que poderia estar focada em outras demandas ou manutenções preventivas. Esse retrabalho reduz a produtividade e aumenta o risco de atrasos nas outras atividades de manutenção planejadas, comprometendo o fluxo de trabalho.
Influência no Desempenho
O retrabalho em processos de manutenção também reflete no desempenho da equipe e na qualidade dos serviços. Quando a manutenção precisa ser refeita, é um sinal de falhas na execução ou no planejamento anterior, o que compromete a eficiência dos serviços prestados e reduz a confiança nos resultados.
Um índice de retrabalho na manutenção industrial controlado indica que a equipe está executando as tarefas corretamente logo na primeira intervenção, elevando a confiabilidade da manutenção.
Consumo de Recursos
Além de tempo, retrabalhos na manutenção de máquinas consome mais materiais e aumenta os custos operacionais. Em longo prazo, esse desperdício afetará diretamente métricas como o TCO (custo total da operação), CPMV (Custo de Manutenção sobre Valor de Reposição) e o MTTR (Tempo médio de Reparo).
Isso sem contar as despesas adicionais que podem surgir se o equipamento falhar logo após a conclusão da manutenção falha.
Em um ambiente industrial, a manutenção eficiente dos ativos é essencial para evitar paradas não planejadas que prejudicam o fluxo de produção.
Nesse sentido, o cálculo da taxa de retrabalho funciona como um termômetro de controle de qualidade em manutenção. Reduzir esse índice significa não apenas minimizar desperdícios, mas também otimizar o tempo de disponibilidade dos equipamentos e ter maior eficiência na gestão da parada de máquina.
Portanto, a importância da taxa de retrabalho na indústria permite que gestores identifiquem áreas de melhoria, promovam treinamentos específicos e implementem padrões de qualidade mais eficazes. Consequentemente, um índice de retrabalho controlado contribui para eficiência em manutenção, ter operação mais estável, com redução de custos e aumento da confiabilidade dos ativos industriais.
De maneira geral, os retrabalhos na manutenção industrial vão impactar vários indicadores diferentes que afetam principalmente a produtividade e os custos operacionais.
Como exemplo, podemos citar:
Veja que se o gestor de manutenção não tiver um controle sobre as possíveis causas dos retrabalhos, o impacto para a empresa pode ser desastroso.
Portanto, é crucial conhecer quais são os fatores que provocam os retrabalhos de manutenção e saber o que fazer para garantir que eles não ocorram.
A equipe de especialistas da ABECOM, com base em dados e levantamentos no monitoramento de vários equipamentos industriais, reuniu as principais causas que provocam os retrabalhos de manutenção.
Confira agora quais são eles!
1. Montagem de uma Peça de Má Qualidade
A primeira em nossa lista, são as peças de reposição de baixa qualidade. Nossos especialistas explicam que elas podem não se ajustar corretamente, ter uma vida útil mais curta ou até mesmo falhar prematuramente.
O impacto delas no retrabalho de manutenção se dá principalmente por provocarem um aumento no número de paradas não planejadas e maior necessidade de manutenções corretivas frequentes.
2. Erro de Montagem
Em segundo lugar, estão os erros durante o processo de montagem. Isso pode ocorrer devido a uma instalação incorreta, não seguir as especificações do fabricante ou negligenciar etapas importantes do plano de manutenção.
A consequência disso são falhas prematuras nos componentes ou, até mesmo, o equipamento não funcionar após a liberação do reparo.
3. Falta de Ferramentas Adequadas
Praticamente empatado com o tópico anterior, em terceiro lugar vem a falta de ferramentas adequadas durante a realização dos reparos. E nesse caso, não estamos nos referindo às ferramentas como martelos e alicates.
Mas, ferramentas projetadas para fins específicos com o propósito de agilizar o reparo no equipamento e não danificar os componentes na montagem.
Por exemplo, muitos sabem que existem o saca rolamentos e o aquecedor indutivo para facilitar a montagem de rolamentos em eixos ou mancais. Porém, ainda vemos nas empresas alguns profissionais de manutenção dando pancadas com marretas, usando canos ou aquecendo o rolamento com maçarico.
Não faça isso! Além de danificar o rolamento, vai estragar a vedação e a graxa com o excesso de calor e, pior ainda, causar um acidente de trabalho.
4. Não Fazer Alinhamento e Balanceamentos de componentes em sistemas rotativos ou de transmissão
O alinhamento e balanceamento inadequados causam desgaste prematuro, vibrações excessivas e falhas de componentes. Isso não só afeta a eficiência operacional, mas também pode levar a danos maiores e paradas não planejadas.
Alinhadores a laser e sensores são essenciais para evitar retrabalhos de manutenção.
5. Documentação Desatualizada
A falta de manuais, diagramas ou especificações atualizadas pode levar a erros durante a manutenção, pois os técnicos podem não ter as informações corretas para realizar o trabalho.
6. Falta de Inspeções Regulares
A ausência de inspeções preventivas ou monitoramento preditivo impedem que os problemas sejam detectados ainda em estágios iniciais Aí, quando finalmente identificados, já é tarde demais. Os profissionais de manutenção são obrigados a refazer o reparo novamente.
7. Falta de Peças de Reposição em Estoque
A ausência de peças essenciais em estoque acaba obrigando a equipe de manutenção a encontrar soluções temporárias ou “gambiarras”, que posteriormente necessitarão de correção.
8. Calibração Incorreta de Instrumentos ou dispositivos
Instrumentos de medição ou sensores de diagnóstico mal calibrados podem fornecer informações imprecisas, levando a decisões de manutenção inadequadas.
9. Ambiente de Trabalho Inadequado
Condições de trabalho desfavoráveis, como iluminação insuficiente, espaços apertados ou condições adversas, dificultam a realização de tarefas de manutenção com precisão.
10. Comunicação Ineficaz
A falta de comunicação clara entre as equipes de manutenção, operação e gestão pode levar a mal-entendidos sobre a natureza e a urgência dos problemas.
11. Falta de Treinamento/Capacitação
Por fim, mas não menos importante, a falta de treinamento adequado causa erros humanos durante a manutenção. Os técnicos que não estão familiarizados com os procedimentos corretos ou com o equipamento específico podem cometer erros que resultam em falhas retrabalhos.
Estes fatores, se não gerenciados adequadamente, vão resultar em retrabalhos frequentes, aumentarão os custos e o tempo de inatividade do equipamento.
Portanto, é essencial que as indústrias estejam cientes desses fatores e implementem práticas e procedimentos para uma boa gestão de paradas de manutenção.
Diante de um cenário como este de frequentes retrabalhos na manutenção de máquinas e equipamentos, nossos especialistas em manutenção industrial recomendam as seguintes estratégias e práticas para mitigar a ocorrência desses retrabalhos:
Ao adotar essas recomendações e práticas, as indústrias podem reduzir significativamente a ocorrência de retrabalhos, melhorar a eficiência operacional e otimizar os custos de manutenção.
Na ABECOM sua empresa encontra as melhores soluções para reduzir os retrabalhos de manutenção e garantir a eficiência global dos seus equipamentos a custos adequados.
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